O otimismo e as emoções positivas viram força para o enfrentamento das marcas deixadas com o passar do tempo pelo aumento na expectativa de vida. Com esse pensamento, o coordenador de Políticas Públicas para as Pessoas Idosas, da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), o professor e psicólogo Telmo Silva, elaborou uma descontraída palestra sobre o protagonismo do idoso, apresentada na última terça-feira, dia 25, na Unidade de Referência de Assistência Social (URAS) Lomba Grande. A iniciativa, que virou convite, partiu da coordenadora da URAS no bairro rural, Carla Fernanda Moehlecke Jacobsen.

“A questão que se apresenta hoje não é quando eu vou envelhecer, mas, sim, como eu vou envelhecer”, frisou o educador, ao explicar o teor de sua conversa com os usuários que frequentam o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Para um público formado por mais de dez espectadores com mais de 60 anos e um cuidador, o encontro foi uma aula de vivacidade e bom humor sempre que um novo ponto era esclarecido pelo professor Telmo sobre os direitos assegurados pelo Estatuto do Idoso.

Por sinal, os princípios zelados pela Lei 10.741/2003, conhecida como Estatuto do Idoso, ganham cada vez mais relevância frente a realidade brasileira que não está distante do panorama mundial, como destacou o palestrante durante a atividade com duração de uma hora. De acordo com documento recentemente divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada seis pessoas no mundo irá ter mais de 65 anos até 2050. Hoje, uma em cada 11 estão nessa faixa etária. E mais: o número de pessoas com 80 anos ou mais, segundo a mesma estimativa, deverá triplicar, passando de 143 milhões em 2019 para 426 milhões daqui a 31 anos.

“O aumento do envelhecimento na população é fato e envelhecer é um direito social, que deve receber a atenção da família, da comunidade e da sociedade”, observou o professor Telmo. “E, quando falta o respeito à dignidade, previsto na legislação, a responsabilidade recai ao Estado na efetivação de políticas públicas para a garantia desses direitos aos idosos.”

O que prevê o Estatuto do Idoso

Instituído pela Lei 10.741 em outubro de 2003, o Estatuto do Idoso aborda questões familiares e de saúde, com a intenção de resguardar a pessoa na terceira idade de toda forma de violação de direitos, como discriminação e violência doméstica e na comunidade. A Lei assegura a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade humana.