Economia Solidária gera renda para mais de 200 famílias

Publicada em 11/01/2011 - Atualizada em 17/10/2024
Alimentos comercializados na Feira de Economia solidária atraem a comunidade - Foto: Gustavo Henemann
Desde 2009 a Prefeitura de Novo Hamburgo volta suas atenções ao setor da Economia Solidária. Na época, o projeto era formado por 30 empreendimentos. Nos dois anos seguintes, com o envolvimento direto da Prefeitura nesta rede, houve uma elevação de 60% no número de empreendimentos criados. Atualmente, a Feira de Economia Solidária conta com cerca de 50 comerciantes, que garantem renda para mais de 200 famílias. O desenvolvimento desse segmento é tão significativo, que nos últimos dias do ano de 2010 foi aprovado pela Câmara Municipal um projeto de lei que garante a criação de um Conselho e um Fundo Municipal próprios da Economia Solidária.

Essas novas possibilidades e o crescimento do segmento são motivos de comemoração em Novo Hamburgo. De acordo com a gerente de Economia Solidária da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Tecnologia e Turismo (SEDETUR), Maria Isabel Rodrigues Lima, a concretização dos órgãos definidos pela nova lei serão um grande auxílio. “A aprovação da Lei Municipal de Economia Solidária foi uma importante conquista. A construção desta proposta ocorreu de forma bastante democrática e transparente, pois realizamos vários encontros para analisar cada artigo e inciso proposto, de modo a retratar a realidade da Economia Solidária em Novo Hamburgo”, afirma. Para Maria Isabel, houve um crescimento expressivo neste período. “Foi um ano de bastante trabalho, estamos colhendo os frutos agora com a criação do Conselho e do Fundo Municipal”, finaliza.

A SEDETUR estudou e avaliou durante dez meses projetos e programas de Economia Solidária de outros municípios e estados brasileiros. O objetivo foi a implantação de um sistema que auxilie os empreendedores do Município por meio dos grupos da Economia Solidária, Prefeitura e da Universidade Feevale. O diretor de Economia Solidária da SEDETUR, Ênio Brizola, destaca que Novo Hamburgo serve de exemplo para as outras cidades da região . “É um fato muito importante. Com a aprovação, a economia terá um apoio ainda maior, com recursos para investimentos, qualificação dos produtos e o fortalecimento dos empreendimentos. Nosso Município é a segunda cidade do Estado a criar esta lei”, afirma.

Feira ocorre todas as sextas-feiras no Calçadão

A Feira de Economia Solidária já virou tradição na cidade, as pessoas podem conferir os produtos todas as sexta-feiras no Calçadão Oswaldo Cruz, no Centro. No local, os consumidores têm acesso a diversos tipos de alimentos, como: cucas, pães, tortas, bolos, docinhos, entre outros. As feirantes integrantes do projeto ressaltam o bom movimento. Terezinha Damin, 43, já participa da Economia Solidária há dois anos. “A Economia Solidária surgiu como uma oportunidade de sair da empresa onde trabalhava para montar meu próprio empreendimento. Gosto muito do que faço, e a renda ajuda a pagar minhas despesas”. Já a comerciante Eva Beatriz de Souza, 54, que integrou o projeto há um mês, considera seu início na feira, positivo. “Nosso movimento foi muito bom. Todo o lucro vai para renda familiar, pois todos da família auxiliam na produção dos alimentos”, declara.

O que é o Economia Solidária?

A Economia Solidária constitui-se em toda forma de organizar a produção de bens e de serviços, a distribuição, o consumo responsável e o crédito com base nos princípios de autogestão, cooperação e solidariedade. São considerados empreendimentos econômicos solidários: cooperativas, associações, grupos comunitários e informais para a geração de trabalho e renda, empresas autogestionárias, clubes de trocas e as redes solidárias. Esses grupos devem seguir as seguintes características: regimento por autogestão, incentivo ao desenvolvimento de todas as etnias e promoção a igualdade de gêneros, não utilização de mão-de-obra infantil, condições de trabalho saudáveis e seguras, adesão livre e voluntária, atividades que não agridam o ambiente e os participantes ou sócios são os próprios trabalhadores.