Iniciados a partir da divergência de ideias e opiniões, os conflitos são inerentes às relações humanas e acontecem em todos os ambientes de convivência social, inclusive nos espaços escolares. Embora estejam presentes no cotidiano, a resolução de conflitos de forma respeitosa e pacífica, por vezes, é desafiadora. Desde 2019, os Círculos de Construção de Paz, abordagem que estimula o diálogo, a empatia e a compreensão vêm sendo utilizados na Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo. Como forma de qualificar educadores para a realização desta prática, a Secretaria de Educação (SMED), por meio do Núcleo de Formação Continuada, e a Secretaria de Segurança (SMS), por meio do Programa Municipal de Pacificação Restaurativa (Restaura NH), vêm realizando encontros de formação em Justiça Restaurativa. Em diversas edições dos cursos, mais de 150 educadores já foram habilitados para promoverem os círculos de paz, um instrumento eficiente para a prevenção da violência, o aprendizado da convivência e a promoção da cultura de paz em suas escolas. “Este é mais um recurso disponível aos professores para trabalharem em sala de aula estimulando que os estudantes falem sobre seus sentimentos e fortaleçam os vínculos entre si”, explica a professora, psicóloga e assessora da SMED, Márion Schütz.

A justiça restaurativa é um modelo de resolução de conflitos que se baseia no reparo de danos, responsabilização e restauração das relações. Em vez de focar exclusivamente na punição, a justiça restaurativa busca envolver todos os envolvidos na busca de solução de problemas e reconciliação.

O curso é dividido em cinco encontros e aborda os princípios e fundamentos da justiça restaurativa por meio do debate dos conceitos e técnicas utilizadas nessa abordagem. Além disso, os educadores também são capacitados a facilitar os círculos de construção de paz, ou seja, serão responsáveis por guiar a prática nas escolas.

Paz para aprender

Há sete anos na Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo, a professora Ana Maria Feliz Sartori, que atua nas Escolas Municipais de Educação Básica (EMEBs) Monteiro Lobato e Eugênio Nelson Ritzel, participou da turma anterior da formação e costuma utilizar elementos da cultura de paz nas ações pedagógicas que desenvolve. “Esta experiência foi muito rica tanto em contribuições teóricas como práticas. Um ambiente de paz é propício para a convivência e para a aprendizagem”, resume.