Com a proposta de criar e valorizar fontes de informações históricas da cidade, a Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Secretaria de Cultura (SECULT), realizou na noite de quarta-feira, dia 31 de julho, uma nova edição do projeto Roda de Memória. O evento ocorreu na Fundação Scheffel, em Hamburgo Velho, e trouxe a segunda etapa sobre os debates de como foram criados os bairros da cidade. A ideia foi valorizar os movimentos comunitários e protagonistas da cidade, os mesmos que lutaram pelo desenvolvimento e criação desses bairros. A programação contou com representantes das localidades de Lomba Grande, Boa Saúde, Santo Afonso e Canudos, e foi mediado pelo jornalista João Ávila.

Assim como vem ocorrendo tradicionalmente, as edições da Roda de Memória estão sendo filmadas, e ao final do evento, uma cópia do registro é enviado ao Arquivo Público Municipal. “Esta é uma forma de termos importantes registros dos protagonistas de fatos históricos de Novo Hamburgo. Uma memória que vai ficar a disposição de todos”, argumenta a representante da SECULT, Marilza Bitencourt.

Debates

Iniciando os contos e debates da noite, Cleris Becker, integrante do Movimento Comunitário de Lomba Grande, relatou sobre como se deu a vinculação do bairro rural e Novo Hamburgo. “Em 1940, Lomba Grande pertencia a São Leopoldo, e foi Leopoldo Petry que lutou para unir a nossa atual cidade”, citou. Em seguida, a atual presidente da Cooperativa Habitacional do bairro Santo Afonso (Coobasa), Elita Santos Rosa Ramos, falou das conquistas e desenvolvimento desta parte do Município. “Fundamos este movimento com a origem de buscar habitação digna e atuamos desde 1985”.

Seguindo os relatos, a moradora do bairro Boa Saúde, Teresinha Conceição da Silva, destacou os trabalhos para anexação do antigo bairro de São Leopoldo para Novo Hamburgo. “Éramos uma localidade esquecida pelas administrações, por isso a luta por pertencer a uma cidade mais próxima onde todos viviam”, apontou. Ela auxiliou nos primeiros passos e fez parte da comissão de anexação. “Eu auxiliava meu falecido marido, Pedro Quaresma, que hoje dá nome a rua onde moro”, descreveu. Também prestaram seus depoimentos Jorge Antonio dos Santos Velho (bairro Boa Saúde), Neiva Fucolo (bairro Canudos) e Marisa Scherer (Lomba Grande).