SDS busca sensibilizar a sociedade pela passagem do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa

Linha de apoio
Secretário Roberto Daniel Bota lembra neste dia 15 de junho do papel da sociedade em denunciar situações de violação de direitos em relação ao público vulnerável
Publicado em 14/06/2019 - Editado em 15/10/2024 - 10:37
Disque 100
Crédito
Arte/PMNH

O aumento da expectativa de vida fez crescer a população de idosos em todo o mundo. E, no Brasil, não é diferente. Os idosos formam um grupo vulnerável, à medida que necessitam de maiores cuidados. No entanto, apenas mais recentemente, as graves questões de negligência, abandono e maus-tratos a esse público têm merecido a devida atenção da opinião pública.

O sábado, 15 de junho, marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, a data tem destaque no calendário da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), da Prefeitura de Novo Hamburgo. “Sem a mesma visibilidade na sociedade quando se faz o comparativo a violações de direitos de crianças e adolescentes, a violência intrafamiliar contra a pessoa idosa tem merecido da secretaria um trabalho técnico e intenso em prevenção, identificação e encaminhamento de casos de violência às instituições responsáveis por proteção e defesa”, afirma o secretário de Desenvolvimento Social, Roberto Daniel Bota. Todos os atendimentos socioassistenciais são gratuitos e disponíveis para qualquer cidadão.

O titular da pasta lembra que o Disque 100 é o serviço ativo do governo federal que repassa as denúncias para verificação junto à estrutura administrativa da SDS. O Disque 100 fornece número de protocolo para que o denunciante possa acompanhar o seu andamento. “Toda denúncia é averiguada por meio de visita domiciliar e o devido encaminhamento ocorre com respeito às competências de cada órgão”, observa Daniel Bota.

O papel da Coordenadoria da Pessoa Idosa

Com protagonismo e personalidade, o coordenador de Políticas Públicas dos Idosos de Novo Hamburgo, o professor e psicólogo Telmo José Silva, 82 anos, tem como missão se dedicar à luta para que o envelhecimento ativo e com dignidade seja acessível ao maior número possível de “jovens há mais tempo” em Novo Hamburgo. “Há muito o que melhorar, estou ciente, mas trabalhamos aqui na SDS todos os dias e com afinco para que os nossos idosos sejam donos de suas histórias e tenham os seus direitos respeitados”, frisa.

“É importante dizer que a hierarquia do cuidado com as pessoas em idade igual ou superior a 60 anos, conforme o Estatuto do Idoso, é de responsabilidade de família, comunidade e sociedade, sendo que o poder público precisa entrar em cena quando há rompimento de laços afetivos e violação de direitos”, reitera o educador.

CRAS é a porta de entrada da assistência social

De acordo com a Gerente da Proteção Social Especial de Alta Complexidade, da SDS, a psicóloga Anete Cunha, a rede socioassistencial tem como porta de entrada os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que realizam as ações de prevenção por meio do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Segundo ela, todo cidadão, além do Disque 100, pode procurar diretamente o CRAS de seu território para alertar sobre possíveis situações de estresse do cuidador com relação ao idoso, por exemplo.

“Já quando a pessoa teve os seus direitos violados ou está em situação de risco social, o atendimento ocorre no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)”, explica Anete. A unidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) busca o enfrentamento à violência ao contribuir com a possível reconstrução de vínculos familiares e comunitários em casos como abandono e negligência. “E, nas situações graves, que envolvem agressões, o Ministério Público é acionado”, acrescenta. “Então o MP pode pedir que o idoso seja encaminhado para residir em uma ILPI, onde terá todos os cuidados e os seus direitos serão garantidos”, completa Anete.

O trabalho do Conselho Municipal do Idoso é fiscalizar as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), como são hoje classificados os antigos asilos. Quaisquer dúvidas em relação às ILPIs podem ser sanadas diretamente pelo telefone 3527-1883, do Conselho.

Dados que quebram o silêncio

Nesta semana foi divulgado pelo governo federal o levantamento nacional feito pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos que registrou um aumento de 13%, em 2018, no número de denúncias relativas a idosos pelo Disque 100, em relação ao ano anterior. De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, o serviço de atendimento recebeu 37.454 notificações, sendo que a maioria das agressões foi cometida nas residências das vítimas (85,6%), por filhos (52,9%) e netos (7,8%). No Rio Grande do Sul, os números de notificações saltaram de 1.641 em 2017 para os atuais 1.919, o que corresponde a um acréscimo de quase 17%, superando a média nacional.

O que é preciso informar para registrar uma denúncia pelo Disque 100?

• Quem sofre a violência? (vítima)

• Qual o tipo violência? (violência física, psicológica, maus tratos, abandono, patrimonial etc.)

• Quem pratica a violência? (suspeito)

• Como chegar ou localizar a vítima/suspeito

• Endereço (Estado, município, zona, rua, quadra, bairro, número da casa e, ao menos, um ponto de referência)

• Há quanto tempo ocorreu ou ocorre a violência? (frequência)

• Qual o horário?

• Em qual local?

• Como a violência é praticada?

• Qual a situação atual da vítima?

• Algum órgão foi acionado?

Fonte: Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, do governo federal