Audiência encaminhou elaboração do Plano de Segurança
A última Plenária para a construção do Plano Municipal Integrado de Segurança lotou, na noite de terça-feira, 24 de maio, o salão de atos do Centro Administrativo Leopoldo Petry. O encontro faz parte do processo para qualificar a política municipal de segurança com a participação popular. Na ocasião foi apresentada a síntese das manifestações da comunidade nas 12 Plenárias Regionais, e a consolidação das prioridades do Plano Municipal Integrado de Segurança Cidadã e da organização e funcionamento dos Fóruns Regionais e Fórum Municipal de Segurança Cidadã. O Plano Municipal Integrado de Segurança Cidadã destina-se a fortalecer a capacidade institucional de gestão do Poder Público Municipal de Novo Hamburgo, com vistas a estruturar um sistema de consulta e articulação envolvendo a sociedade civil hamburguense, o Poder Público Municipal e os profissionais da segurança pública em face da implementação dos projetos e ações integradas relacionadas à segurança cidadã.
Participaram da Plenária, Guarda Municipal, estudantes, representantes de associações de moradores, professores, funcionários públicos, secretários, diretores e demais autoridades municipais envolvidas com o tema e comunidade em geral. O secretário Especial de Gabinete, e interino de Segurança e Mobilidade Urbana, Gilmar Valadares, agradeceu a presença de todos e destacou a participação dos jovens na Plenária. “Ouvir a comunidade e principalmente esses jovens nos motiva a continuar trabalhando por melhorias para a cidade. A Prefeitura tem investido significativamente na área da segurança nos últimos anos, com o custeio do Policiamento Comunitário, com projetos de prevenção à violência, aparelhamento da Guarda Municipal com novas viaturas, inauguração do primeiro estande de tiro de uma guarda do Estado, novas armas, capacitação dos agentes, ampliação do videomonitoramento, inclusive com instalação de câmeras de vigilância no entorno do presídio, ações integradas entre as forças policiais, dentre outras iniciativas.
Conforme o representante da Guayi (responsável pela elaboração do Plano), Luiz Antônio Brenner Guimarães, durante as plenárias regionais foram discutidos junto a comunidade a proposta do Plano, onde o tema da segurança foi levantado de acordo com as situações dos locais. “Os projetos em andamento e os que ainda serão implantados objetivam à prevenção, o direito à vida e a redução dessas criminalidades apontadas pela população”, considerou. Segundo Brenner o tema terá sequência no Seminário Final, no dia 11 de junho, às 14 horas, no centro de eventos da FENAC, na Rua Araxá, 505, bairro Ideal.
Para a coordenadora técnica do Observatório de Segurança Cidadã, Aline Kerber, foi positiva a plenária final. “As plenárias regionais trouxeram subsídios para a continuidade das discussões nesse grande encontro. Parabéns aos envolvidos e aos participantes deste processo”, avaliou. Conforme o coordenador do Observatório, Eduardo Pazinato, o grupo está produzindo análises que passam a auxiliar no controle, repressão qualificada e redução das violências, ainda na elaboração e fortalecimento de políticas públicas de prevenção à violência.
Comunidade fez suas considerações
O público presente teve a oportunidade de contribuir com a Plenária. Foram disponibilizadas inscrições de 12 pessoas representando as 12 regiões onde foram realizadas as plenárias regionais. A auxiliar de escritório, Gabriela Paz, 23 anos, apontou em seu comentário os recentes investimentos do Município no bairro onde mora, o Boa Saúde. “Contamos com a Praça CEU, que está contribuindo para que os jovens e as crianças se ocupem de atividades esportivas e culturais, ficando longe da criminalidade”, considerou.
Representando a comunidade surda, o auxiliar administrativo, Rei Carlos Matias Rönnau, se comunicou com o público através da linguagem de sinais e foi traduzido por uma intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). “Agradeço a oportunidade de poder contribuir com essa plenária e quero elogiar a Prefeitura por ter disponibilizado uma intérprete para que pudéssemos acompanhar o conteúdo da reunião. Deixo aqui um breve exemplo das dificuldades que os surdos enfrentam na questão da segurança pública. Uma delas é a dificuldade de denunciar uma situação de violência, por que não há interpretes nas delegacias. Ou quando policiais vão atender uma ocorrência onde há um ou mais surdos envolvidos, e não conseguem compreender o que está acontecendo. Ou seja, falta capacitação para atender essas questões”, ponderou.
Plenárias Regionais
Mais de 400 pessoas e cerca de 45 entidades participaram das 12 Plenárias Regionais, realizadas entre os meses de março e abril. Participaram dos encontros representantes de escolas municipais e estaduais, associações de moradores, de entidades que desenvolvem projetos sociais, do poder público e comunidade em geral. Entre os temas apresentados nas plenárias, destacou-se a síntese dos dados de violência e da criminalidade do Município, a partir da análise dos relatórios técnicos produzidos pelo Observatório de Segurança Cidadã de Novo Hamburgo; os fundamentos da política municipal de segurança cidadã, contemplando a prevenção, a participação social e a integração das ações do Sistema de Polícia e Justiça; e, a proposta de organização e funcionamento dos Fóruns Regionais e Fórum Municipal de Segurança Cidadã.
Destaques:
- Participaram das plenárias moradores de 25 bairros (do total de 27) de Novo Hamburgo;
- Percebeu-se também que os quase 40% dos participantes têm, ou tiveram, relação com os projetos sociais de segurança;
- 37,2% dos participantes foram vítimas de violência física ou grave ameaça nos últimos 2 anos (na Pesquisa de Vitimização realizada pelo Observatório em 2015, a média dessa vitimização foi de 10%);
- 29,5% disseram ter sofrido discriminações nos últimos anos (por preferência política, pelo lugar onde mora, pela cor, pela questão de gênero e pela religião são os mais preponderantes), sendo que na Pesquisa de Vitimização (2015) somente 14,7% (média da cidade) reconhecem ter sofrido alguma discriminação no período;
- 23,9% dos participantes das plenárias disseram ter ou ter alguém da sua família (no passado ou no presente) com problema com álcool ou outras drogas. Na Pesquisa de Vitimização (2015) a média geral da cidade foi de 10,9% para essa questão;
- Mesmo com maior vitimização, a sensação de segurança é maior que a média da cidade: 2,53 (escala de 1 a 5) quanto maior a nota, maior a sensação de segurança, e na Pesquisa de Vitimização (2015) a média foi de 2,19;
Programação:
Seminário Final
Sábado, 11 de junho, às 14 horas
Local - Centro de Eventos da FENAC - Rua Araxá, 505 – Ideal