Cidadania reforçada: CataVida conta com novos espaços

Publicada em 20/04/2012 - Atualizada em 17/10/2024
Prefeito Tarcísio Zimmermann comemorou as mudanças na Central e falou da importância de cada um fazer a sua parte. - Foto: Renata Arteiro
Os catadores do programa CataVida, da Prefeitura de Novo Hamburgo, comemoraram mais uma conquista nesta sexta-feira, 20 de abril. A Central de Reciclagem Roselândia, que concentra a maior parte dos trabalhos do projeto, inaugurou dois novos espaços e recebeu novas máquinas de trabalho. Numa solenidade, com a presença de autoridades da Administração e de entidades do Município, o prefeito Tarcísio Zimmermann, juntamente com integrantes das secretarias de Desenvolvimento Social (SDS), Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo (SEDETUR) e Meio Ambiente (SEMAM), realizou a inauguração oficial de um novo refeitório e vestiário para o local. Além disso, os cerca de 50 trabalhadores receberam oficialmente uma esteira e uma retroescavadeira, resultado da parceria do programa com a Fundação Banco do Brasil.

“Eu me orgulho de dizer que nós mudamos de modo significante esse lugar. Foram mais de R$ 4 milhões investidos desde 2009, numa política pública pensada para estes trabalhadores e para o Meio Ambiente”, afirmou Tarcísio. Para a reforma e o aumento do prédio onde estão os novos espaços, foram investidos cerca de R$ 80 mil. Nos equipamentos, adquiridos através da Fundação Banco do Brasil, foram mais R$ 300 mil. “Quando iniciamos os trabalhos aqui, nos deparamos com situações muito precárias, onde as pessoas faziam suas refeições no meio do lixo. Hoje, estamos dando mais um passo para promover ainda mais dignidade para este povo, que tanto contribui para a nossa cidade”, garantiu a secretária de Desenvolvimento Social (SDS), Jurema Guterres.

Com as novidades, a Central aumentará o número de postos de trabalho em 100%, passando de 50 para 100 profissionais coletando e separando os resíduos. Além disso, aumentará também o número de material processado, que hoje já chega a 160 toneladas por dia. Mas só quem trabalha diariamente no local sabe da mudança que os espaços vão promover. O presidente da cooperativa COOLABORE, Paulo Ricardo Bohn, que coordena os processos, agradeceu o empenho de todos. “Todas as conquistas estão sendo vistas, valorizam o nosso trabalho e fazem com que a gente queira melhorar ainda mais”, garantiu. Catadora da Unidade há 10 anos, Antônia Gonçalves, de 61 anos, celebra hoje sua mudança de vida. “Mudou meu estilo de vida, meu salário, que antes era bem pouquinho e hoje é mais alto, o meu trabalho no dia a dia, que hoje eu faço com equipamentos certos. Nunca imaginei tanta coisa boa”, declarou.

Durante o ato solene, os catadores apresentaram os trabalhos da Central às autoridades, fizeram apresentação musical e a coordenadora do projeto, Vera Rambo, entregou ao prefeito o quinto prêmio recebido pelo projeto, de primeiro lugar em Boas Práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana, do Ministério do Meio Ambiente. “Estes tantos prêmios são a prova de que estamos no caminho certo”, comemorou o prefeito.

Comunidade pode ajudar

Os hamburguenses podem ajudar os trabalhos do CataVida e também o Meio Ambiente. Basta fazer a separação dos resíduos em casa, separando o lixo orgânico, do não orgânico. Desta forma, quando o material chegar na Central, os trabalhadores conseguem processar de forma mais fácil. Além disso, essa triagem feita em casa, beneficia a natureza. “A população do Centro da cidade, que já possui uma Central de Reciclagem, já está se acostumando a separar o lixo para ajudar os catadores. Mas é necessário que toda a população faça isso, para melhorar a vida de todos nós”, pediu Tarcísio.

Novo Hamburgo terá mais Centrais de Reciclagem

Além das unidades do Centro e do Roselândia, a Prefeitura projeta dois novos locais de trabalhos para os catadores. Um deles no bairro Rondônia, que já está em fase de construção e deve ser inaugurado ainda neste ano. “Era essencial uma central no Rondônia, porque temos muitos catadores lá e também no bairro Canudos, que poderão trabalhar no local”, explica Vera Rambo. A outra unidade está programada para o bairro Santo Afonso e região e ficará na Vila Odete, bairro Liberdade.

O Programa

Com o objetivo fazer a gestão de forma social dos resíduos sólidos de Novo Hamburgo, surgiu em 2009, o CataVida. Inicialmente, o programa tratou de modificar a forma de trabalho desenvolvida na Central Roselândia e implantar capacitações sobre coleta seletiva e reciclagem para os catadores. Após três anos de trajetória, o projeto contabiliza uma série de metas, conquistas e vidas modificadas.

As mudanças:

Central de Reciclagem Roselândia: teve seu espaço reformado e ampliado, em um investimento de R$ 4.492.456,60, e assim, ofertou novos postos de trabalho. Hoje, 50 catadores trabalham de forma digna no local, recebendo remuneração de acordo com o que é processado.

Produção de trabalho: antes do surgimento do programa CataVida, eram processados e vendidos 37 toneladas por mês na Central Roselândia. Hoje, este número subiu para 160 toneladas de resíduos processados mensalmente.

Cursos de Capacitação para os catadores: os participantes recebem orientações sobre como organizar o processo de classificação de materiais, autogestão, cidadania, economia solidária, matemática e métodos de associações e cooperativas. Até hoje, 182 catadores se formaram nos cursos.

Novas Centrais: foi instalada uma Central de Catadores no Centro e está em fase de conclusão a instalação de outra no bairro Rondônia. Essa será especializada no processamento de garrafas pet. Uma terceira Central será construída no bairro Santo Afonso.

Novos postos de trabalho e coleta seletiva no Centro: cerca de 15 catadores trabalham na Unidade Centro, recolhendo, separando e processando os resíduos sólidos da área central da cidade, implantando assim, a coleta seletiva na região. Desde a inauguração, que ocorreu em junho de 2011, a Unidade aumenta a quantidade de resíduos coletados e comercializados. Em março de 2012, foram mais de 15 toneladas.

Reconhecimento: o projeto recebeu cinco prêmios em âmbitos nacional, estadual e regional pelo trabalho desenvolvido com a gestão de resíduos e os benefícios ao Meio Ambiente. São eles: Prêmio de Boas Práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana, Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, Prêmio Cidade Cidadã, prêmio Gestor Público e Prêmio de Tecnologia Social da Fundação Caixa Econômica Federal