Debates resgatam os 125 anos da abolição da escravatura

Publicada em 13/05/2013 - Atualizada em 17/10/2024
Professor Antônio Fontoura aprovou a iniciativa da COMPPIR - Foto: Luís Francisco Caselani
Para comemorar os 125 anos da Lei Áurea, a Coordenadoria de Políticas Públicas de Promoção de Igualdade Racial (COMPPIR), deu início na tarde de segunda-feira, 13 de maio, a uma semana de atividades com a palestra “O papel social nas relações étnico-raciais”. O encontro ocorreu no auditório da Escola Estadual 25 de Julho e foi comandado pelo professor e historiador Orson Soares. Ao longo da tarde, jovens puderam debater a atual situação do negro no país, bem como o processo que se desenrolou após a abolição da escravatura em 1888. “O 13 de maio foi muito importante para o negro, mas é preciso refletir sobre os dias posteriores à data”, destacou Soares.

O palestrante utilizou exemplos de importantes figuras da cultura negra no país, como Zumbi dos Palmares, Dom Obá e Grande Otelo, para evidenciar uma carência de referências atualmente. “Não precisamos de heróis, mas de pessoas que sirvam de exemplo para que o coletivo pense em uma mudança de atitude. Essa busca não pode ser um movimento de uma pessoa só”, salientou. A semana de atividade tem como tema “O negro no Brasil: 13 de maio de 1888 e o dia seguinte, conquistas e desafios”. De acordo com o titular da COMPPIR, Eduardo Tamborero, a ideia é realizar um resgate histórico do negro após a Lei Áurea. “Os negros trabalharam para o desenvolvimento do país e depois da abolição ficaram sem nada. O que queremos é criar um debate, por isso estamos trazendo especialistas no assunto para que possam contextualizar essa situação para os jovens do Município”, contou.

O papel da escola

A semana procura identificar também problemas e exemplos bem-sucedidos da implementação da lei 10.639 de 2003, que estabelece a inclusão de conteúdos sobre história e cultura afro-brasileiras no currículo escolar. Para o professor de sociologia da escola 25 de Julho, Antônio Fontoura, é responsabilidade do sistema de ensino trabalhar com as matrizes culturais do país. “Precisamos abrir espaço para uma reflexão sobre esse 125º aniversário da Lei Áurea que, apesar de ter libertado os escravos, sabemos que não significou a inclusão dos negros na sociedade. E é justamente o papel da escola desconstruir esses preconceitos”, afirmou. A estudante Brenda Reis, 15 anos, gostou da palestra. “Nós precisamos de iniciativas assim para entendermos a real situação do país, como essa negação de oportunidades para os negros”, concluiu.

Programação

Quarta-feira, 15 de Maio

Horário: 8 e 19 horas

Pauta: O processo histórico e seus desafios

Palestrante: Caroline Cunha

Historiadora e pesquisadora relações étnica racial

Local: Escola Municipal Eugênio Nelson Ritzel

Quinta-feira, 16 de Maio

Horário: 8 e 15 horas

Pauta: A Escola com papel de Afirmação

Palestrante: Caroline Cunha

Historiadora e pesquisadora relações étnica racial

Local: Escola Municipal Prudente de Moraes