Dispositivo para atuar na prevenção de lesão por pressão

A prevenção sempre foi opção para uma vida saudável e ganha espaço quando o assunto é aumentar a qualidade de vida dos enfermos. Um projeto inédito de tecnologias assistivas da Universidade Feevale para reduzir as lesões por pressão em acamados será desenvolvido junto aos pacientes do Programa Melhor em Casa, do Serviço de Assistência Domiciliar (SAD) da Fundação Saúde Pública de Novo Hamburgo. Trata-se de um dispositivo, que conseguirá identificar a umidade da roupa e da temperatura do paciente, emitindo um sinal vibratório ou sonoro para que o familiar ou cuidador saiba que está no momento de realizar a mudança de decúbito (posição da pessoa que está deitada) ou troca de fraldas (se for o caso).
A pesquisa de campo, que será feita com cinco dos 80 pacientes do Melhor em Casa, tem início daqui a 14 dias, conforme combinado na última semana, quando a doutora e pesquisadora da Feevale, Jacinta Sidegum Renner, apresentou a tecnologia aplicada para a direção e equipes da FSNH e da Secretaria Municipal de Saúde. “Conforme estudos da área de saúde, o custo das lesões por pressão varia em torno de R$ 20 mil a R$ 30 mil. Ao trabalhar o cuidado precoce, este dispositivo trará impacto social para o paciente, ao mesmo tempo em que reduzirá os valores de tratamento nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), para onde retornam para fazer curativos, assim como as internações hospitalares. Inclusive, é uma solução para ser usada nas unidades de saúde e hospital”, afirma a pesquisadora, acrescentando que o uso desta tecnologia também vai desfazer o pensamento de que a enfermagem ou o cuidador são os responsáveis pelo estágio das lesões.
EM NUVEM - Jacinta explica, ainda, que o projeto - já aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) - tem outras interfaces. Além de enviar o alerta para um celular, através de aplicativo (APP) a ser criado, todos os dados serão armazenados em nuvem por um software, a fim de se ter o registro do histórico dos pacientes e a mensuração dos resultados. “Nosso próximo passo é iniciar as visitas aos pacientes. Nas idas de campo vamos identificar o perfil de saúde do público-alvo, fazer a escala de Braden. Depois, vamos desenvolver os protótipos para testes”, comenta.
A pesquisadora também revelou que outras soluções estão em plena prospecção. Uma delas é voltada aos cadeirantes, no que se refere principalmente ao assento. A pesquisa, que contou com o apoio da Associação de Lesados Medulares de Novo Hamburgo (Leme), já avançou para o desenvolvimento de um protótipo de almofada, atualmente na última bateria de testes na empresa que será responsável pela manufatura e patente do produto, devendo chegar ao mercado em breve. No escopo das tecnologias assistivas para pessoas com deficiência de mobilidade, idosos e acamados, têm muito mais novidades a caminho, segundo ela.