Um dos maiores sofrimentos para as pessoas em situação de rua é o frio. No entanto, mesmo na rigidez do inverno, nem todos que enfrentam a noite e a madrugada ao relento querem buscar abrigo sob um teto e se livrar do vento cortante.

A maior preocupação dos profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) em relação a quem encara as baixas temperaturas nas vias do Município são as complicações cardiorrespiratórias e o iminente risco de morte em virtude da saúde mais vulnerável dessa população diante da possível hipotermia.

Espaço no Centro está reservado a pernoite

Em Novo Hamburgo, apesar do sistema de vagas no albergue ter demandas ociosas em certos períodos, a Prefeitura de Novo Hamburgo mantém o compromisso em oferecer essa opção protetiva em uma casa bem estruturada, com direito a banho aquecido, cama quentinha, ao prato de comida no jantar e ao café da manhã.

O Albergue Municipal está localizado no número 28 da Rua Gomes Jardim, no Centro da cidade, e oferta pernoite das 19 horas até as 7 horas da manhã seguinte.

A gestora da Casa de Acolhimento Bom Pastor e do Albergue Municipal, Liete Martini, ressalta que as vagas passaram para cerca de 20 camas, com homens e mulheres em quartos separados, no endereço destinado a pernoite. “A ação tem caráter emergencial em virtude das súbitas e baixas temperaturas e antes eram dez lugares”, acrescenta a assistente social e técnica responsável da Comunidade Terapêutica Renascer, Angela Quaresma, que é a Organização Não-Governamental (ONG) mantenedora dos espaços.

Casa com perfil de moradia familiar

Além do albergue, destinado ao atendimento por 12 horas, a Prefeitura de Novo Hamburgo oferece a Casa de Acolhimento Bom Pastor, com capacidade para 25 pessoas em alta vulnerabilidade social. Situada no número 424 da Rua Bagé, no Boa Vista, a residência tem estrutura que remete a uma casa de família, com quartos feminino e masculinos, banheiros, sala de TV com estante de livros, refeitório, cozinha completa, onde são preparadas todas as refeições com a supervisão de uma nutricionista – incluindo o jantar e o café da manhã para o albergue municipal –, mais a área de serviço equipada.

A casa atende a pessoa em situação de rua até que ela tenha condições de uma reorganização pessoal. Essa retomada de rotina ocorre de maneira gradual e no ritmo de quem está recebendo o atendimento.

Quando se chega ao serviço, os primeiros passos podem incluir a confecção de documentos e a avaliação de saúde, tendo como unidade de referência a Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Kunz. Também fazem parte da equipe os educadores sociais, que promovem oficinas de culinária e artesanato, entre outras atividades que estimulam o convívio social e a organização.

“Essa rede de abrigamento institucional é complementar ao atendimento prestado pelo Creas Pop/SAS Rua e se torna essencial para a vinculação da pessoa em situação de rua aos serviços assistenciais”, completa a secretária de Desenvolvimento Social, Flávia Ruschel Petry.