Segurança pública é debatida em Seminário Final

Publicada em 16/06/2016 - Atualizada em 17/10/2024
Na atividade, uma mesa de debate, com representantes de todas as frentes envolvidas nesse projeto, expôs as ações que poderiam ser feitas para ampliar o bem-estar de todos. - Foto: Jorge Boruszewsky

Após 12 plenárias e uma audiência, chegou a vez de debater em definitivo as questões ligadas a segurança em Novo Hamburgo. O tema foi discutido amplamente no Seminário Final de Segurança Pública, que ocorreu na quinta-feira, 16 de junho, no Salão de Atos do Centro Administrativo Leopoldo Petry. A atividade teve como principal objetivo a construção do Plano Municipal de Segurança, um documento elaborado através da união do poder público e da comunidade e que visa atender as necessidades de todos. “Assim que for implementado, este plano será algo pioneiro em nosso País. Além disso, é fundamental neste processo a participação de todos, pois o trabalho conjunto oportuniza um olhar mais amplo para todas as questões abordadas”, destaca o novo titular da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (SESMUR), o Guarda Municipal Filipe Nunes Ferreira.

A ação é da Prefeitura de Novo Hamburgo e integra a área de Segurança Pública e Programas de Prevenção à Violência, que são contrapartidas do financiamento do Município junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com organização do Gabinete de Gestão Integrada (GGI-M), Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (SESMUR) e envolvimento de outras secretarias.

Na atividade, uma mesa de debate, com representantes de todas as frentes envolvidas no projeto, expôs as ações que podem ser feitas para ampliar o bem-estar de todos.  “A construção de uma sociedade mais segura deve ser feita de baixo para cima, começando diretamente pela comunidade”, observa o secretário executivo do GGI-M, Sérgio Arruda. Ele ainda atenta a um número significativo que poderá ser alterado com a nova medida. “Desde 2008, realizamos um trabalho junto ao PRONASCI, com jovens na faixa etária de 15 a 24 anos. Estes, justamente, segunda as estatísticas, são os que mais matam e morrem no Brasil, totalizando 60% dos casos de homicídios. Queremos reverter esse quadro”, completa.

Após o seminário, foram montados 12 grupos, formados por cidadãos hamburguenses. Destes grupos sairão cinco representantes regionais. Um destes cinco será escolhido para fazer a gestão do projeto, que deve ser finalizado até o final de 2016.

Trabalhos de escolas foram premiados

Durante o período em que ocorreram as plenárias foram realizados também diversos trabalhos nas escolas, visando dialogar sobre a prevenção a violência diretamente com os estudantes. Desenhos e canções foram escolhidas, dentre as 85 escolas municipais de ensino fundamental. As melhores foram premiadas durante o Seminário. Músicas como “Eu só quero segurança”, da escola Arnaldo Grin e “1% de esperança”, da Martha Wartenberg, foram apresentadas aos presentes. O diretor da Arnaldo Grin, Luiz Nelson  destacou a importância da participação popular neste diálogo. “Vivemos em uma nação democrática, que nos permite opinar e dialogar. Por estarmos em uma região de vulnerabilidade social, consideramos muito importante abordar, com frequência, esse tema com os nossos alunos”, destacou Nelson, que acompanhado dos alunos do 6º ano, Breni Jaques Ereno e Josué da Silva Jr., apresentou-se no evento. Representando os hamburguenses, estava a cidadã Laura Pruch, que participou de todas as plenárias. “Quando não fazemos parte dos processos de construção, é mais difícil exigir algo e promover uma mudança. Temos que nos envolver para fazer valer a pena”, ressalta Laura.

Focos do Projeto de Prevenção às Violências

Gerido pela Unidade Gestora de Programas de Prevenção à Violência de Novo Hamburgo (UGPPV), o projeto de prevenção às violências, está focado em: Observatório de Segurança Cidadã (Fadisma); Plano Municipal de Segurança Cidadã (Guayí); Núcleo de Justiça Comunitária (Amencar); Núcleo de Comunicação Cidadã (Palavrações); Educação de Jovens e Adultos e Projetos Oficinas Esportivas, Recreativas e Culturais (Fundação La Salle). Os projetos são realizados pelo Município como parte do convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Plenárias Regionais

Mais de 400 pessoas e cerca de 45 entidades participaram das 12 Plenárias Regionais, realizadas entre os meses de março e abril. Participaram dos encontros representantes de escolas municipais e estaduais, associações de moradores, de entidades que desenvolvem projetos sociais, do poder público e a comunidade em geral. Entre os temas apresentados nas plenárias, destacou-se a síntese dos dados de violência e da criminalidade do Município a partir da análise dos relatórios técnicos produzidos pelo Observatório de Segurança Cidadã de Novo Hamburgo; os fundamentos da política municipal de segurança cidadã, contemplando a prevenção, a participação social e a integração das ações do Sistema de Polícia e Justiça; e, a proposta de organização e funcionamento dos Fóruns Regionais e Fórum Municipal de Segurança Cidadã.

Destaques:

- Participaram das plenárias moradores de 25 bairros (do total de 27) de Novo Hamburgo;

- Percebeu-se também que os quase 40% dos participantes têm, ou tiveram, relação com os projetos sociais de segurança;

- 37,2% dos participantes foram vítimas de violência física ou grave ameaça nos últimos 2 anos (na Pesquisa de Vitimização realizada pelo Observatório em 2015, a média dessa vitimização foi de 10%);

- 29,5% disseram ter sofrido discriminações nos últimos anos (por preferência política, pelo lugar onde mora, pela cor, pela questão de gênero e pela religião são os mais preponderantes), sendo que na Pesquisa de Vitimização (2015) somente 14,7% (média da cidade) reconhecem ter sofrido alguma discriminação no período;

- 23,9% dos participantes das plenárias disseram ter ou possuir alguém da sua família (no passado ou no presente) com problema com álcool ou outras drogas. Na Pesquisa de Vitimização (2015) a média geral da cidade foi de 10,9% para essa questão;

- Mesmo com maior vitimização, a sensação de segurança é maior que a média da cidade: 2,53 (escala de 1 a 5). Quanto maior a nota, maior a sensação de segurança, e na Pesquisa de Vitimização (2015) a média foi de 2,19;

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